“Esperamos o tempo de Deus na indicação do nome. A igreja espera a palavra do nosso bispo”, declarou o chanceler da cúria diocesana, padre Júlio César. Segundo o chanceler, a igreja não entende o falecimento do postulador como uma perda. “Sentimos a ausência de um sacerdote, mas ganhamos um intercessor no Reino de Deus”.
Monsenhor Francisco de Assis postulava os processos de canonização dos 30 mártires de Cunhaú e Uruaçu. Foi ele, aliás, quem agilizou a beatificação dos mártires potiguares, mas faleceu sem alcançar o objetivo de torná-los santos. Do Rio Grande do Norte também estava em andamento sob sua responsabilidade as beatificações do padre João Maria e cônego Luiz Gonzaga do Monte (Cônego Monte).
Além destes processos, o monsenhor Assis trabalhava para viabilizar as beatificações de Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, bispo de Olinda, nomeado em 1871; do padre Ibiapina, candidato a ser o primeiro santo do Ceará; e a reabilitação do padre Cícero do Juazeiro.
Para a igreja esse ainda não é o momento de pensar no sucessor de Monsenhor Assis nestes processos. “Estamos vivendo o momento de despedida e só depois pensaremos em como proceder neste aspecto”, explicou o então Arcebispo Dom Matias de Macedo. O bispo disse que ainda não há nenhum nome cotado para suceder o postulador e que, por enquanto os processos ficarão paralisados. “Mas vamos dá continuidade sim. Só não sabemos ainda com quem”, declarou.
Não há nenhuma obrigatoriedade que o novo postulador seja do estado, por isso outras dioceses poderão indicar nomes que dêem continuidade aos processos de beatificação e canonização da igreja no Nordeste.
Além dos seus trabalhos pela beatificação de santos brasileiros, monsenhor Assis também foi responsável pela implantação do processo administrativo e pastoral da Cúria Diocesana, seguindo as observações do Concílio do Vaticano II. Outra contribuição para a Igreja Católica no estado foi a implantação do arquivo diocesano nos moldes em que se encontra hoje.
O padre, que era capelão da igreja de São Judas Tadeu, no bairro do Tirol em Natal, deu entrada na Casa de Saúde São Lucas, na segunda-feira, dia 12, com fortes dores no estômago. Ele estava se submetendo a um tratamento para curar um câncer na garganta há um ano.
O velório foi realizado na tarde e noite de terça-feira, dia 13, na Catedral Metropolitana, com a celebração da Santa Missa de Exéquias. Após a missa, o corpo foi conduzido até o Cemitério Vila Flor, na BR 304, onde foi sepultado.
Na última, segunda-feira (19), aconteceu a missa de 7º dia de falecimento do Mons. Assis às 19 horas, na Igreja de Nossa Senhora das Graças e Santa Teresinha, no Tirol, em Natal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário